Encontrei a calma na chuva.

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Nos dias em que a chuva se deixa cair, sinto uma enorme vontade de a ficar a ver cair, não com um sorriso, não com prazer, nem tão pouco com algum orgulho que eventualmente me chegasse a aquecer o peito por ser agradável vê-la cair. Não! O sentimento que quero descrever é o de alívio, um relaxamento, como se de alguma maneira sobre a qual eu não me consigo bem explicar, me aliviasse o peso, como se a chuva que cai, mesmo que a veja do outro lado da janela e não me toque, sinto como se me limpasse o corpo do podre, das más influências, das coisas que inundam no meu corpo, os germes que habitam nas minhas mãos e os horríveis pensamentos que tenho de vez em quando.

Noto a simplicidade nas gotas da chuva e na forma como cai. Cai na vertical se for em reduzidas quantidades e, vai-se inclinando na perpendicular à medida que vai caindo com mais força. E o barulho por vezes passa do calmo e relaxado para um mais agressivo e completamente caótico, como se em breves segundos surgisse no seu âmago o próprio Caos[1], destruindo tudo, torcendo e contorcendo tudo em que chegasse a colocar as mãos. Mas não acontece, pelo menos aqui, não sem o vento como aliado.

Encontrei a calma na chuva.
Encontrei um silêncio no seu som característico.
Encontrei nas gotas frias a pureza que necessitava para com ela lavar a minha mente.

Legenda:
Img.1 - Fonte
[1] - Caos (Site em Inglês)

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